Justificativa

O IV Seminário de Educação do Campo, promovido pelo Programa de Pós Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, sob a coordenação do Grupo de Pesquisa em Educação do Campo e Contemporaneidade, tem como objetivo dar sequência ao intercâmbio entre pesquisadores, estudantes pós-graduandos, graduandos, educadores e integrantes dos movimentos sociais, que se têm dedicado à pesquisa e aos estudos sobre a Educação do Campo iniciado em 2010.
O avanço da educação do campo torna-se inquestionável, sobretudo quando se considera que os seus sujeitos através de seus respectivos movimentos, conseguiram mobilizar até mesmo o poder político, a partir do qual tornou-se uma obrigação nacional. Deve-se ter em conta de que ela teve seu início como prática reumanizadora no seio dos movimentos sociais, alcançou o consenso entre as diversas categorias da classe trabalhadora do campo e conseguiu constituir uma ampla frente de apoio também entre intelectuais, frações dos setores médios da sociedade e de políticos progressistas.  
Esse avanço da educação do campo, contudo, dado ao campo de forças onde ela está inserida, não significa que o campesinato tenha conseguido assegurar a sua reprodução social em condições dignas de vida, ou mesmo que se tenha tornado numa força política suficientemente robusta para assegurar a implementação,  tanto das medidas necessárias para a transformação social do campo, no sentido da justiça social, como para tornar realidade no meio rural brasileiro, a consolidação, na prática, do Decreto 7.352 de 04.11.2010  que institui a Educação do Campo.
Entendemos, como grupo de pesquisa sobre a Educação do Campo e Contemporaneidade, que, simultaneamente aos interesses de investigação voltados para a relação entre educação e condições materiais de produção e reprodução camponesas, necessitamos ampliar os horizontes de pesquisa para outras dimensões da vida dos trabalhadores rurais. Daí porque nesse IV Seminário, procuraremos discutir tanto a relação entre campesinato e cidade, sobretudo no que diz respeito à questão da juventude, conjuntura da educação do campo, como nos eventos anteriores, quanto a produção cultural camponesa, pois acreditamos que o modo de existência do homem e da mulher do campo possui complexidades e singularidades que se expressam e materializam-se através das relações de cultura estabelecidas tanto com a própria terra, quanto com as trocas simbólicas de relações entre as comunidades que formam o campo brasileiro. 
O grupo de pesquisa em Educação do Campo e Contemporaneidade, vinculado ao Programa de Pós- Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia e certificado pelo CNPQ tem suas atividades voltadas para o estudo da relação entre a educação do campo e contemporaneidade. A relação entre a educação do campo e contemporaneidade é entendida como o conjunto de processos de construção de novas formas de ser e estar no mundo. Reconhecemos que a perspectiva iluminista que orientou o projeto da modernidade não se concretizou, assim sendo, a certeza de um futuro próspero e feliz, fruto do conhecimento humano e do desenvolvimento das forças produtivas seja no modelo capitalista ou socialista não caracteriza a contemporaneidade. Diante de tais perspectivas contemporaneidade reconhece que este é o nosso cenário atual e é nele que nos encontramos.
Desse modo, assumem importância fundamental o estudo sobre os sujeitos da educação do campo e os movimentos sociais que lhes dão causa, assim como, o estudo dos processos de transmissão social das estratégias de sobrevivência engendradas pelos Camponeses que migram para as periferias urbanas premidos pelo processo de modernização agrícola.  
Educação do campo como categoria histórica “construída nos conflitos, contradições, potencialidades e limites que esta contemporaneidade permite” como afirma Socorro Silva, é protagonista das mais recentes discussões sobre educação, identidade, equidade e desenvolvimento no contexto atual de crise de paradigmas.  Desencadeando uma relação singular entre movimentos sociais e universidades.
A UNEB tem atuado na implementação de políticas de formação em Educação do Campo, executando programas instituídos pelo MEC e INCRA em resposta à mobilização social destes movimentos a partir de 1986 com a Iª Conferência de Educação do Campo.
Esta atuação formadora da UNEB, paralelamente, tem-se desdobrado em um processo interno de reflexão e produção de conhecimentos, nesta área de estudos, entre seus professores-pesquisadores, sobretudo no âmbito da pós-graduação.
 Diante da necessidade de problematizar e aprofundar o eixo temático que orienta os estudos e as ações do grupo – Educação do Campo e Contemporaneidade – realizamos, em dezembro de 2010, o I Seminário de Educação do Campo e Contemporaneidade: transpondo fronteiras, em 2011, o II Seminário Educação do Campo e Contemporaneidade:mudança, afirmação e desafios . Se o primeiro com vistas a afirmação interna a UNEB das perspectivas de pesquisa desenvolvidas e propostas no grupo e na instituição, o segundo extrapolou o âmbito estadual, como demarcação prevista no projeto, e teve a participação e aderência de pesquisadores e estudantes vinculados as universidades e movimentos sociais de todo o Brasil.
Um dos objetivos desse II Seminário de contribuir para  divulgar e aproximar os diferentes grupos de pesquisa, estabelecendo relações entre o que estamos produzindo e o que vem sendo produzido em outros centros de estudos do País foi de fato constituído. A avaliação impôs, portanto, a necessidade de realizarmos o IIIº Seminário para favorecer o estreitamento desses diálogos e o fortalecimento das lutas pela Educação do Campo.

De uma demanda interna pela realização e resultado favorável dos seminários, nos desafios colocados em termos teóricos e político dentro das pesquisas em educação do campo e principalmente, em amadurecimento e colaboração para as perspectivas de elaboração de políticas, práticas e referências adequadas à realidade do campo é que se propõe a realização do IV Seminário que tem como tema: Educação do Campo e Contemporaneidade: campesinato, culturas e educação.


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